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Bioplásticos e o armazenamento de CO²

CO²

Os plásticos biodegradáveis e os bioplásticos não são adequados apenas para produtos de vida efêmera como embalagens ou sacolas compostáveis. Essa impressão, que é proporcionada pela intensa cobertura jornalística sobre o impacto dos plásticos no meio ambiente, esconde vantagens importantes. Os plásticos com origem biológica podem armazenar grandes quantidades de CO² em aplicações recicláveis de longo prazo e, dessa forma, proporcionar uma contribuição real para a proteção do clima. Para isso, são necessários um projeto de produto apropriado e uma economia circular funcional. A maior concentração nessa abordagem poderá fazer com que o setor de plásticos se torne uma das indústrias-chave de uma economia verde.

Os plásticos possuem propriedades muitos boas e permitem uma ampla gama de aplicações. Contudo, em sua síntese são utilizadas matérias-primas fósseis, como petróleo, gás e carvão, em larga escala. Os plásticos representam 6% do consumo global anual de petróleo. Ao final de suas vidas úteis eles também geram grandes quantidades de resíduos, os quais muitas vezes são difíceis de reutilizar ou reciclar. Isso vem acompanhado da emissão de milhões de toneladas de CO², as quais contribuem para o aquecimento global.

Essas emissões podem ser reduzidas por meio do prolongamento da vida útil dos plásticos e do uso de materiais reciclados. No entanto, essa abordagem ainda é muito difícil de ser adotada para muitas aplicações. Outra possibilidade consiste no uso de plásticos de origem biológica, sintetizados e partir de matérias-primas renováveis, porque, ao contrário das matérias-primas fósseis, o carbono presente no plástico é naturalmente neutro em termos de CO² ou de aquecimento global.

Na percepção do público, os bioplásticos são usado principalmente em sacos finos compostáveis, ou seja, sacos de lixo orgânico e sacolas de compras. As embalagens de comida entregues a domicílio e as sacolas estão atualmente na berlinda, como símbolos de lixo e de uma sociedade de descarte imoderado. Essa imagem negativa não só gerou críticas, como também medidas legislativas específicas. A diretiva europeia sobre os chamados artigos de plástico de uso único proíbe talheres e pratos descartáveis, copos de poliestireno expandido (EPS), canudos e cotonetes feitos de plástico. Além disso, há pacotes de medidas para diversos produtos como, por exemplo, copos para bebidas, filtros de cigarro, embalagens externas e tampas.

Em contraste com o precedente estabelecido pela Diretiva 2015/720 da União Europeia, que se aplica apenas a sacolas plásticas, nenhuma exceção foi permitida para produtos plásticos biodegradáveis. De acordo com a lei promulgada em 2015, é facultado aos estados membros da União Europeia a possibilidade de incluir os excluir as sacolas compostáveis com espessura de parede menor que 50 ¹/4m das metas de redução de longo alcance.

Na Itália essa situação criou o maior mercado nacional para sacolas plásticas biodegradáveis e compostáveis, as quais são usadas primeiro para compras e depois para a coleta de lixo orgânico. O volume desse mercado é de cerca de 60.000 t, enquanto o mercado total europeu para essas sacolas plásticas, ultrafinas e semitransparentes para resíduos orgânicos, foi estimado em cerca de 150.000 t, em 2020. No entanto, não existem números exatos ou estatísticos a respeito. São usadas para esse fim formulações elaboradas com copoliésteres biodegradáveis, como poli (butileno adipato-co-tereftalato) (PBAT), poli (butileno succinato-co-tereftalato) (PBST) e poli (Succinato de butileno) (PBS), que são sintetizados a partir de amido vegetal ou se outros polímeros, como o poli (ácido láctico) (PLA)

Revista Plástico Industrial – Agosto 2022 – Pg. 28 e 29