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Eletroeletrônica Brasileira mantêm perspectivas favoráveis para 2021

eletroeletrônica

A maior parte dos executivos da indústria eletroeletrônica esperar encerrar o ano de 2021 com balanço positivo, embora a cautela seja mantida.

A indústria eletroeletrônica brasileira segue preocupada com a falta de componentes eletrônicos e matérias-primas no mercado e consequentemente alta de preços. Apesar disso, sondagem de conjuntura realizada no mês de julho de 2021 pela Abinee apontou estabilidade nos principais indicadores da indústria em relação com os resultados da pesquisa anterior. A sondagem indica que mesmo com cautela, os empresários do setor continuam com perspectivas favoráveis para os próximos meses. Para 2021, 79% das empresas projetam crescimento em comparação com 2020. Apesar de este resultado ser quatro pontos percentuais abaixo do verificado na pesquisa anterior (83%), este número permanece bem expressivo. ainda, 17% esperam estabilidade e apenas 4% preveem queda.

No levantamento de julho, houve redução de 77% para 71% no número de entrevistas que citaram crescimento nas vendas/encomendas em eletroeletrônica em comparação com o igual período do ano passado. Porém, ao comparar com o mês imediatamente anterior, essas indicações aumentaram de 43% para 50%. Em ambos os casos, apenas 17% das entrevistadas, citaram queda nas vendas/encomendas.

Foi favorável a redução de 34% para 27% no número de entrevistadas que registraram negócios abaixo do esperado. Destacou-se também que a maior parte das empresas, ou seja, 73% do total apontaram negócios conforme (52%) ou acima (21%) das expectativas.

Comércio exterior

Verificou-se aumento de 56% para 59% no número de empresas de eletroeletrônica que citaram crescimento nas exportações, resultado muito superior ás indicações de queda relatadas por 14% das entrevistadas. Conforme os dados da Secex/ME, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos cresceram 18% no mês de julho de 2021 em ralação a julho do ano passado.

No acumulo dos primeiros sete meses deste ano, as vendas externas somaram US$ 3,1 bilões, 24% acima do mesmo período de 2020. Apesar da melhora, o resultado ficou 5% abaixo do verificado no acumulado de janeiro-julho de 2019, período anterior à pandemia.

Nas importações de produtos do setor, a elevação foi de 29% no mês de julho de 2021. No acumulado de janeiro-julho deste ano, o incremento das importações atingiu 29%, totalizando US$22.4 bilhões. Este resultado também foi superior ao apontado no período anterior à pandemia, com incremento de 21% em relação ao igual período de 2019.

As dificuldades no envio de cargas nas exportações marítimas vêm sendo muito citadas pelas empresas de eletroeletrônica aumentando de 58% das entrevistadas em julho para 62% na sondagem de julho. O principal entrave foi o aumento de preços, relatado por 48% das empresas que exportam. No caso das importações, aumentaram as indicações de atrasos no recebimento de cargas, passando de 62% do total de pesquisadas que realizam compras externas no mês de maio, para 66% em julho e para 69% em julho. Também vem crescendo o número de empresas que perceberam aumento nos custos de armazenamento de cargas em galpão, que estava em 31% em abril e passou para 47% em julho de 2021.

Componentes e matérias-primas

A maior parte das entrevistadas mostrou situação de normalidade nos estoques de componentes e matérias-primas, com 63% das indicações, quanto nos produtos acabados, com 62%.

Houve redução de 26% em junho para 16% em julho no total de empresas que citaram estoques de componentes e matérias-primas abaixo do normal. No caso de produtos finais, 23% deram essa indicação, percentual um pouco inferior ao verificado na pesquisa anterior (25%).

Destacou-se a segunda queda consecutiva no número de empresas que relataram dificuldades na aquisição de componentes e matérias-primas em função da falta destes itens no mercado, que estava em 73% em maio, passando para 69% em junho e para 65% em julho. Entre os insumos mais citados destacaram-se os componentes eletrônicos provenientes da Ásia, que foi relatado por 59% da empresas consultadas. Ressalta-se que esse foi o maior percentual verificado desde o início dessa pergunta no sondagem, em setembro do ano passado.

Os componentes eletrônicos provenientes de outras origens foram citados por 38% das pesquisadas que estão com dificuldades na aquisição de insumos. Destaca-se que este resultado foi dez pontos percentuais acima do apontado na sondagem de junho (28%).

Além dos componentes também foram identificadas outras matérias-primas que estão em falta no mercado, tais como: cobre (30%), materiais plásticos (29%), papelão (29%), alumínio (21%), aço silício (16%), latão (9%), entre outros.

Neste levantamento, observou-se redução de 93% para 80% no número de empresas que perceberam pressões acima no normal nos custos de componentes e matérias-primas. Apesar de este percentual ter sido o meno desde agosto do ano passado, ele continua bastante significativo e muito superior aos 21% observados no final de 2019.

Conforme as empresas, os principais responsáveis pela elevação nos custos de componentes e matérias-primas são a escassez desse itens (84%), o incremento nos preços dos fretes marítimo e aéreo (75%) e a desvalorização cambial (50%).

A falta de componentes eletrônicos no mercado está trazendo dificuldades para as empresas, tais como o atraso na produção e na entrega, citado por 30% das entrevistadas e paralisação parcial da produção, relatada por 11% das pesquisadas. desde fevereiro deste ano, quando essa questão foi inserida na sondagem, nenhuma empresa informou paralisação total da produção devido à falta de componentes eletrônicos.

No caso de semicondutores, ao considerar o total de entrevistadas que utilizam esses componentes na sua produção, foi observado queda de 71% em junho para 58% em julho no total de respostas que mostraram dificuldades na aquisição deste itens no mercado.

Mesmo com esse diminuição, o resultado permanece elevado. Nota-se que a falta de semicondutores no mercado continua sendo um dos principais entraves citados pelas empresas do setor nos últimos meses.

Esses levantamento identificou também que 35% das entrevistadas informaram que seus fornecedores não passaram nenhuma previsão de normalidade no abastecimento de componentes semicondutores.

Revista IPESI – EI- 235 – pg 6