Metrô de São Paulo quer implantar sistema próprio de geração de energia elétrica. A ideia é produzir ao menos 120 MW por mês, dos quais metade seria revendida.
A companhia do metrô se São paulo anunciou que pretende aderir à tendência já presente em grandes instituições de produzirem, elas mesmas, a própria energia que consomem – e na modalidade “limpa”.
Grande consumidora de energia elétrica, a empresa planeja desenvolver um projeto para reduzir sua dependência de fontes energéticas externas e, de quebra, ajudar o meio ambiente e ainda amealhar algumas ceitas extras.
O projeto, na prática, prevê a implantação de um sistema de geração de energia limpa e renovável nas suas propriedades, onde isto seja possível.
O objetivo da companhia é viabilizar a geração de pelo menos 120 MW por mês, dos quais metade será consumida e a outra, vendida no mercado de energia
Afinal, a proposta, estrategicamente, também tem o objetivo de reduzir custos e ampliar a receita não tarifária da companhia.
O metrô inclusive já disponibilizou esta proposta para o mercado, publicando um edital de chamamento público com as pré-condições para as empresas interessadas no projeto.
O edital determina que o estudo deverá apontar uma tecnologia capaz de entregar energia a um custo mais baixo do que os valores obtidos pela empresa hoje, e que sejam consideradas apenas fontes limpas e renováveis, como eólica, solar ou hídrica.
Certamente, não faltarão candidatos. Uma manifestação de Interesse Privado lançado no começo do ano já motivou o interesse de 14 empresas e consórcios em desenvolver os estudos de viabilidade nos próximos meses.
Se a companhia utilizar um desses estudos num futuro edital, o vencedor da concorrência arcará com o pagamento de até R$3.963.342,86 conforme consta no edital.
Regras – Depois de as empresas entregarem seus estudos ao metrô (até 120 dias da data de publicação da Manifestação). a companhia analisará os documentos em até 40 dias.
O vencedor será apontado por fatores como estar em consonância com normas e regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Anel), melhor resultado econômico e financeiro, melhores técnicas de elaboração e impacto sócio econômico e socioambiental.
De acordo com a companhia do Metrô, existe a possibilidade de que os estudos sejam adotados em partes.
A proposta do Metrô parece ser bastante promissora especialmente devido ao aspecto geográfico. A companhia possui vasta área disponível em estações, poços de ventilação e sobretudo pátios de manutenção, que poderão receber esses geradores de energia elétrica.
Não está decidido, porém, se o Metrô poderá fazer uso de propriedades concedidas à iniciativa privada nas linhas 4-Amarela e 5-Lilás, e que contribuíram significativamente para a ampliação dos pontos de geração de energia elétrica.
Isso tem motivado algumas críticas dos especialistas, que também veriam com bons olhos a entrada no programa da coirmã Companhia Paulista de Trans Metropolitanos (CPTM), que administra as linhas de subúrbio da Grande São Paulo.
De fato, não faz muito sentido a CPTM não participar deste esforço. A empresa, além de possuir mais estações e pátios, tem quase todas as suas vias e estações na superfície.
A CPTM desenvolve políticas próprias de redução de consumo de energia. De acordo com a operadora, entre os anos de 2015 e 2018, graças à parcial renovação da frota, houve redução de 12% no sumo de energia de tração porque quilômetro rodado pelos carros, sendo que nesse mesmo período foi registrado crescimento de 4% no número de passageiros e 11% no quilometragem.
Ainda segundo a CPTM, o serviço contribuiu para a redução de emissão de combustível, custo operacional de ônibus e automóvel, número de acidentes e do tempo de viagens. Os benefícios socioambientais foram valorados em R$11 Bilhões.
Para os críticos, esta clivagem das políticas ambientais se deve ao fato do governo de São Paulo manter três empresas públicas gerindo sistemas de transporte separados – há ainda a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), que opera ônibus de grande capacidade.
Isto acabaria induzindo a situações como essa, que uma iniciativa positiva de uma delas nem sempre é replicada nas demais.