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Reciclagem mecânica

reciclagem mecânica

Conheça a seguir a melhora no processo de reciclagem mecânica.

A demanda crescente por resinas que tenham passado pelo processo de reciclagem mecânica que apresentem boa qualidade e que atendam a requisitos de fabricação de novos produtos caminha em paralelo à necessidade de modernização de máquinas e equipamentos voltados para o setor. O projeto desse tipo de maquinário atualmente inclui o uso de tecnologias eletrônicas e ópticas que possibilitam um melhor controle de processos.

Recentemente, a fabricante de máquinas para reciclagem de plásticos Tomra Sorting Recycling, empresa pertencente à companhia norueguesa Tomra, que tem subsidiária em São Paulo (SP), lançou duas linhas de equipamentos que contam com tecnologia óptica desenvolvida para a seleção de flakes plásticos obtidos a partir da trituração de materiais descartados.

Após o lançamento da série de máquinas Autosort, divulgada em reportagem da revista Plástico Industrial, a empresa passou a comercializar a linha Innosort Flake, a qual é composta por equipamentos configurados com sensores capazes de detectar a presentação de polímeros com diferentes características, os quais também podem transmitir informações do chão de fábrica para sistemas de processamento de dados que operam em ambientes virtuais, por exemplo.

A tecnologia óptica/eletrônica voltada para a triagem de grânulos presentes nas novas máquinas, que segrega grãos por cor, consiste em câmeras Dual Full Colour e sistema infravermelho (NIR). Além disso, esse aparato é composto por um sistema de correção de sinal contínua e automática que, segundo informações da empresa, garante uma seleção de grânulos mais estável e confiável, e com baixo consumo de energia elétrica.

Outro recente desenvolvimento voltado para a área de reciclagem de plásticos realizado pela empresa é a plataforma digital “Insight”, voltada para a gestão de dados provenientes da triagem de polímeros. Contando com recursos que permitem o armazenamento de informações em nuvem, a plataforma disponibiliza também ferramentas que possibilitam o acesso remoto a operações em parques fabris em tempo real por meio de dispositivos móveis, assim como transmissão de informações entre departamentos, produção automática de relatórios, entre outras opções.

Equipamentos modernos de trituração de plásticos, e também de lavagem e secagem de grânulos, além de uma extrusora para processá-los, também têm sido desenvolvidos pelas empresas austríacas Lindner e Erema, que têm entre seus recentes desenvolvimentos extrusoras equipadas com sistema de alimentação automático e de filtragem capaz de barrar resíduos com tamanho de até 70um. Já a Lindner tem desenvolvido sistemas de trituração capazes de processar tanto plásticos rígidos quanto flexíveis, além de unidade de pré-lavagem e secadores mecânicos.

A implementação de tecnologia digital no ramo de reciclagem já é uma realidade. Um exemplo recente de inovação neste segmento diz respeito a um trabalho realizado pela Associação Europeia de Marcas (European Brands Association, AIM) (Bélgica), por meio do programa New Plastics Economy, que consistiu na reunião de 85 empresas e organizações da cadeia de valor de embalagens para dar início ao desenvolvimento de uma tecnologia digital que permitisse uma melhor classificação, e consequentemente a obtenção de taxas de reciclagem mais altas, para as embalagens descartadas na União Europeia.

Frente a este desafio, que é um dos mais urgentes para a economia circular, foram criadas marcas d’água digitais – que são códigos imperceptíveis, com tamanho de um selo postal, que cobrem a superfície de embalagens de bens de consumo. As marcas permitem a codificação de informações como o tipo e a composição do plástico usado na fabricação da embalagem e o nome do fabricante, além dos usos a que se destinam (alimentar ou não alimentar, por exemplo), entre outros dados. As marcas d’água digitais precisariam ser detectadas e codificadas por equipamentos de varredura óptica, tais como câmeras de alta resolução instaladas em linhas de produção.

Iniciativas desse tipo têm contado com a participação de grandes marcas do ramo de equipamentos para processamento de plásticos como a fabricante de injetoras em São Paulo (SP), a qual possui um programa denominado arburgGREENworld que abrange iniciativas relacionadas à economia circular e à conservação de recursos.

A remoção de rótuloas e / ou etiquetas adesivas presentes em plásticos pós-uso/pós-consumo como, por exemplo, garrafas, recipientes e embalagens em geral, é outro procedimento essencial à obtenção de polímeros reciclados de alta qualidade. E pensando em oferecer soluções que permitam que esse procedimento seja realizado de forma eficaz, a alemã Stadler, com escritório comercial em São Paulo (SP), desenvolveu recentemente uma linha de removedores de rótulos de garrafas plásticas capazes de processar até nova toneladas de material por hora. Os equipamentos contam com lâminas de aço de alta resistência, ficadas no rotor para que possam oscilar livremente, e também na parede interna do tanque, alcançando índices de remoção de 80% dos rótulos.

Outra iniciativa voltada para a conscientização acerca da reciclagem de materiais usados na fabricação de rótulos aplicados em embalagens, além de esqueletos e linners, foi consolidada em 2020 a partir de uma parceria entre a empresa norte-americana Avery Dennison, que atua no campo de ciência de materiais para rótulos e comunicação visual, com subsidária em São Paulo (SP), e outras companhias. O que consistiu na criação do consórcio global Circular Economy for Labels (CELAB).

Este programa servirá como canal para unir esforços visando à ampliação desse processo e à maior circularidade para esses tipos de produtos. Ele é fundamentado no desenvolvimento de soluções rentáveis aliadas ás opções mais favoráveis ao meio ambientes. No Brasil, a empresa paulista Boomera, que é responsável pela gestão do projeto denominado Programa Circular, por meio do qual são incentivadas ações que incluem a reciclagem e transformação de seus resíduos provenientes de liners de papel, PET e esqueletos de filme em novos produtos plásticos.

Revista Plástico Industrial N°266