De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável, o Brasil já é um dos maiores geradores mundiais de postos de trabalho na área de energia solar
Um relatório produzido pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) referente a 2021 dá conta de que, no ano passado, o Brasil saltou da sétima para a sexta posição na criação de postos de trabalho da área de energia solar. O país ficou à frente de líderes históricos na modalidade energética fotovoltaica, como a Alemanha, Austrália e o Reino Unido.
Segundo o relatório de Irena, o setor de energia renovável como um todo gerou 12,7 milhões empregos no mundo em 2021, mas a participação majoritária foi da fonte solar fotovoltaica. Ela foi responsável por mais de 4,2 milhões de postos de trabalho, representando nada menos do que um terço do total.
Apenas no Brasil foram criados 153 mil empregos no setor, o que correspondeu a uma média de 419 admissões por dia. Houve um aumento de 77,9% em relação aos empregos acumulados no país em 2020, quando 86 mil contratações foram contabilizadas, uma média de 238 por dia.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil registrou, desde 2012 até o começo de setembro deste ano, a criação de mais de 570,1 mil empregos no setor de energia solar.
O aumento no múmero de empregos está, é claro, diretamente ligados ao crescimento exponencial do emprego desta fonte, que tem ganhado espaço na matriz energética e obrigando empresas a aumentar o quadro de funcionários para dar conta não só das demandas operacionais, como também das áreas de apoio, como vendas, contabilidade e marketing.
Investimentos – A geração de novos empregos também está naturalmente, sendo ancoradas no aumento dos investimentos no setor. A área de energia solar no Brasil atraiu mais de R$21,8 bilhões em investimentos no anos passado, incluindo a implantação de grandes usinas e os sistemas de geração em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O resultado representa um crescimento de espantosos 49% em relação aos investimentos acumulados até o final de 2020.
Ao todo, o setor já movimentou mais de R$66,3 bilhões em negócios desde 2012. Assim, não espanta que, em termos de capacidade operacional, o Brasil conte hoje com mais de 13 GW de potência, somando as gerações centralizada e distribuída, o que já representa quase a mesma potência instalada na usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil e segunda maior do planeta.
De acordo com a Absolar, o Brasil possui atualmente mais de 1,2 milhão de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 1,5 milhão de unidades consumidoras.
Esses sistemas estão implantados em todo lugar que se possa imaginar: telhados, fachadas e terrenos de residências, estabelecimentos de comércio e serviços, indústrias, propriedades rurais, prédios públicos e etc.
Ainda segundo a entidade que representa o setor, a tecnologia solar fotovoltaica já está presente em 5.502 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os estados líderes em potência instalada são, pela ordem de grandeza, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina.
A fonte solar já lidera com folga o segmento de geração própria de energia, com mais de 99,9% das instalações do país. Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, com 78,4% das conexões. Em seguida, aparecem os pequenos negócios dos setores de comércio e serviços (11,8%), consumidores rurais (7,7%), indústrias (1,7%), poder público (0,3%) e outros tipos, como serviços públicos (0,02%) e iluminação pública (0,005%).
Em termos de potência instalada, os consumidores residenciais também lideram no uso da energia solar, com 47,4% da potência instalada no país, seguidos de longe pelos pequenos negócios dos setores de comércio e serviços (30,8%), consumidores rurais (13,6%), indústrias (7,0%), poder público (1,1%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,01%).
Para o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, o ano de 2022 deverá ser o melhor ano da energia solar já registrado no Brasil na última década. Segundo ele, a geração própria de energia solar seguirá crescendo a passos largos e deverá praticamente dobrar sua potência operacional instalada.
“Do final de 2021 para setembro deste ano, a geração própria de energia solar saltou de 8,4 gigawatts para 13 gigawatts de potência instalada, um crescimento de 54% enquanto os investimentos soltaram neste período de R$42,4 bilhões para R$70,9 bilhões, uma aumento de 67%”, comemorae executivo.
De acordo com Sauaia, o crescimento acelerado dos projetos fotovoltaicos em residências e empresas está ligado a fatores como o alto custo da energia elétrica no país, o barateamento dos preços do sistema solar e o período de transição previsto na Lei 14300, que garante até 2045 a manutenção das regras atuais aos consumidores que instalarem um sistema solar dno telhado até janeiro de 2023.