Estudo da Abinee indica que fabricantes de eletrônicos do país enfrentam dificuldades para adquirir componentes e outros insumos.
A sondagem de conjuntura da indústria eletroeletrônica realizada pela Abinee no mês de maio de 2021 indica que fabricantes brasileiros de eletroeletrônicos vês enfrentando dificuldades para adquirir insumos e matérias-primas. O problema não é restrito aos componentes eletrônicos.
Na soldagem, observou-se a elevação de 16% para 20% no número de empresas que estão com estoques de componentes e materias-primas abaixo do normal. Nos produtos finais, esse porcentual manteve-se em 18%.
Maio foi o segundo aumento consecutivo no número de empresas que relataram dificuldades da aquisição de componentes e matérias-primas em função da falta destes itens no mercado, que estava em 66% em março, passando para 69% em abril e aumentando para 73% em maio. Esses entraves vêm sendo mencionados desde meados do ano passado.
Entre os insumos mais citados destacam-se os componentes da Ásia, que foi relatado por 50% das entrevistadas. Apesar de continuar alto, esse resultado abaixo do verificado na pesquisa anterior (58%).
Os componentes eletrônicos provenientes de outras origens foram citados por 39% das pesquisadas que estão com dificuldades na aquisição de insumos.
Além dos componentes também foram identificadas outras matérias-primas que estão em falta no mercado, tais como: papelão, com 43% de indicações; meteriais plásticos (43%); cobre (35%), alumínio (24%), aço carbono (20%), latão (20%), aço silício (13%), entre outros (7%).
O estudo destaca que continuou aumentando o número de empresas que perceberam pressões acima do normal nos custos de componentes e matérias-primas, passando de 93% para 94% das entrevistadas. Este foi o maior percentual apontado desde o início desse pergunta na sondagem em maio de 2010.
Conforme as entrevistadas, os principais responsáveis pela elevação nos cutos de componentes e matérias-primas são a escassez desses itens no mercado (75%), o incremento nos preços dos fretes marítimo e aéreo (66%) e a desvalorização cambial (65%). Algumas empresas também mencionaram a variação da LME (London Metal Exchange).
A falta de componentes eletrônicos no mercado está trazendo algumas dificuldades para as empresas do setor, tais como o atraso na produção e na entrega, citado por 44% das entrevistadas e até mesmo paralisação parcial da produção, relatada por 9% das pesquisadas.
O estudo mostra que, desde fevereiro deste ano, quando essa questão doi inserida na sondagem, nenhuma empresa informou paralisação total da produção devido à falta de componentes eletrônicos. As empresas buscam fornecedores alternativos no mercado nacional e internacional, mesmo com maior custo, e esta é a principal alternativa utilizada pelas empresas para manter a produção, citada por 70% das entrevistadas;
Mesmo utilizando outras medidas, as empresas comentaram sobre a dificuldade de encontrar alternativas devido ao alto grau de dependência nas importações de componentes eletrônicos. No caso específico de semicondutores, do total de entrevistadas que utilizam esses componentes na sua produção, 55% tiveram dificuldades na aquisição destes itens no mercado. Entre as dificuldades citadas, 22% informaram que não encontraram esses itens no mercado.
As demais empresas, apesar de terem conseguido adquirir os semicondutores tiveram diversos outros entraves, tais como:
- Atendimento fora do prazo desejado, relatado por 43% das pesquisadas;
- Preços muito elevados (41%);
- Aquisição abaixo de quantidade pretendida (30%);
O levantamento mostrou também que 37% das entrevistadas informaram que seus fornecedores não passaram nenhuma previsão de normalidade no abastecimento de componentes semiconduores.
Para 8% das empresas, a normalidade deverá ocorrer ainda neste 1° semestre do ano, para 12% até o final de 2021, outros 35% acreditam que será até meados de 2022, e 8% preveem que ocorrerá apenas em meados de 2023.