A indústria brasileira do aço projeta investimento superior a R$50 bilhões até 2026, principalmente em ações de cunho ambiental e em novas tecnologias.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Aço Brasil (IABr) junto aos seus associados dá conta que as indústrias do setor devem investir nada menos do que cerca de R$52,5 bilhões no país até 2026.
“Boa parte desses aportes deverá ser revertida em ações que possibilitem o enquadramento das empresas nas metas de mudanças climáticas e em tecnologia”, informou o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, em encontro que também serviu para a entidade divulgar dados sobre o desempenho do setor no primeiro semestre deste ano.
Segundo a IABr, a produção de aço bruto (material não laminado) atingiu 17,4 milhões de t de janeiro a junho, o que representa uma queda de 2,8% em relação ao mesmo período de 2021. Já as vendas internas caíram 14,6%, totalizando cerca de 10,2 milhões de t, contra 12 milhões de t na primeira metade do ano passado.
Del Nero observou, no entanto, que o impacto do desempenho da indústria siderúrgica no mercado nacional foi amenizado pelas exportações, que atingiram 6,6 milhões de t, um aumento de 27,6%.
De qualquer forma, a performance verificada até agora deverá forçar o IABr a rever suas projeções para 2022. Em fevereiro, a entidade tinha feito a estimativa de concluir o ano com aumento de 2,2% na produção de aço bruto e elevação de 2,5% nas vendas internas. Mas provavelmente estes números serão inferiores.
Del Nero ressaltou que, apesar disso, o cenário ainda será favorável ao segmento, já que a base de comparação com 2021 é elevada. De fato, 2021 foi considerado um ano excepcional pelo setor, com a produção de 36 milhões de t de aço bruto e vendas internas de 22,3 milhões de toneladas.
Em 2021, o Brasil foi o 9° maior produtor mundial em um ranking liderado pela China, com mais de 1 bilhão de t fabricadas. Três segmentos representam mais de 80% do consumo de aço no mercado nacional, construção civil (41,2%), automotivo (21,3%) e bens de capital (19,6). O parque siderúrgico do país é composto por 31 usinas e a capacidade instalada do setor é para até 51 milhões de t de aço bruto ao ano.
Mundo
A produção siderúrgica mundial também está vivendo um momento de retração. A indústria global do setor observou um queda de 5,9% ba produção de aço bruto em junho, comparando com um ano atrás, tendo oferecido ao mercado 158,1 milhões de t, segundo a World Steel Association (Worldsteel), entidade presente em 64 países, que respondem por 98% do aço bruto produzido no mundo.
Com exceção da Índia, que fabricou 10 milhões de t e apresentou crescimento de 6,3%, os demais países registraram diminuição nos volumes, inclusive as dez maiores nações produtoras, que, além da Índia, incluem Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Rússia, Turquia, Irã, China, Coreia do Sul e Japão.
Uma das maiores quedas, 22,2%, aconteceu na Rússia, que entrou em guerra com a Ucrânia no fim de fevereiro e sofreu uma série de sanções econômicas de diversos países. A produção russa ficou em apenas 5 milhões de toneladas. A união Europeia reportou menos 12,2% e a América do Sol, 4,9%.