A escassez de semicondutores deverá continuar ao longo de 2022, ainda que de forma menos intensa, de acordo com relatório da Deloitte Global. O estudo ainda aborda as tendências para o 5G e Wi-fi 6, entre outros.
O mundo busca produtos aprimorados e segue necessitando de um volume crescente de chips. A expectativa em 2022 é que haverá atrasos na entrega até que a oferta acompanhe, segundo o relatório Technology, Media & Teleccommunications (TMT) Predietions 2022, da Deloitte Global.
A consultoria prevê que muitos tipos de chips ainda estarão em falta durante 2022, mas de forma menos severa do que na maior parte de 2021 e não afetará todos os chips. A duração da escassez de chips se reduz a um aumento significativo na demanda, impulsionada pela transformação digital e acelerara pela pandemia. Não se trata apenas da proliferação de dispositivos de consumo, o fato é que muitos produtos mecênicos na indústria estão se tornando cada vez mais digitais e muitos setores estão se tornando mais dependentes da digitalização.
Não é novidade que o investimento de venture capital em semicondutores está decolando para atender à demanda por novos tipos de chips. A Deloitte Global prevê que as empresas de capital de risco globalmente irão investir mais de US$6 bilhões em empresas iniciantes de semicondutores em 2022. Isso pode ser apenas 2% dos mais de US$ 300 bilhões de investimento total de capital no risco esperado para 2022, mais é mais de três vezes maior do que era todos os anos entre 2000 e 2016.
Além disso, o RISC-V, uma arquitetura de conjunto de instruções de código aberto para design de chips, está ganhando força no mercado e atraindo investimentos. A empresa de consultoria prevê que o mercado de núcleos de processamento RISC-V dobrará em 2022 em relação a 2021, porque permitirá que fabricantes de dispositivos menores construam hardware,e que fabricantes de chips chineses evitem sanções. Além disso, possibilitará que desenvolvedores e pesquisadores protejam e experimentem um arquitetura de conjuntos de instruções comprovada e disponível gratuitamente.
“A crise da Covid-19 continua a acelerar nossa adoção de tecnologia e a aumentar nossos níveis de conectividade por meio do mundo digital”, diz Ariane Bucaille, líder da Indústria Global de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloite. “Há uma enorme demanda por chips à medida que mais e mais produtos se tornam digitalmente conectados, alimentando tudo, desde nossos vários dispositivos até veículos inteligentes. E a conectividade só vai se expandir com tecnologias como Wi-fi 6 e 5G, reforçando a rápida transformação digital que todos os setores e empresas estão testemunhando atualmente”.
Wi-fi 6 – Nos últimos dois anos, muitos países adotaram a tecnologia 5G – que no Brasil deve começar a decolar nessa ano – , mas os dispositivos Wi-fi 6 estão superando os dispositivos 5G silenciosamente e provavelmente continuarão a fazê-lo nos próximos anos. A Deloitte Global prevê que mais dispositivos Wi-fi 6 serão enviados em 2022 do que dispositivos 5G, com pelos menos 2,5 bilhões de dispositivos Wi-fi 6 contra cerca de 1,5 bilhão de dispositivos 5G.
A razão para isso é que o Wi-fi 6, tanto quanto 5G, tem um papel significativo a desempenhar no futuro da conectividade sem fio – não apenas para os consumidores, mas também para empresas, Smartphones, tablets e PCs são alguns dos dispositivos equipados com Wi-fi 6 mais populares, mas o Wi-fi 6 também é usado em muitos outros, incluindo câmeras sem fio, dispositivos domésticos inteligentes, consoles de jogos, wearables e headsets SR/VR.
“Embora Wi-fi 6 e 5G sejam parceiros iguais em termos de contrução de soluções, nossa pesquisa mostra que os pilotos e implantações de Wi-fi 6 corporativo estão ultrapassando o 5G. Uma razão provável é o custo, já que os dispositivos Wi-fi 6 são mais acessíveis e mais amplamente disponíveis do que os dispositivos 5G e porque o Wi-fi 6 usa espectro gratuito e não licenciado, e o 5G geralmente exige que as empresas licenciem o espectro de provedores de redes entidades governamentais”, analisa Kavin Westcott, líder do setor de Telecomunicações, Mídia e Entretenimento da Deloite Global.