Os bioplásticos são uma grande família de materiais, normalmente de origem renovável, que podem ser biodegradáveis e compostáveis ou não biodegradáveis. Há ainda materiais de origem fóssil, porém biodegradáveis, como consta do documento “avaliação dos Plásticos na Agricultura e da sua sustentabilidade, elaborado pela FAO, órgão das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, disponível em https://www.fao.org/publications/card/en/c/CB7856EN/.
Dados recentes da European Bioplastics Association levam a crer que a produção de bioplásticos deverá triplicar nos próximos cinco anos, e no Brasil esse percentual possa ser até maior, se forem considerados os investimentos já anunciados e os novos materiais com base biológica e compostáveis que estão sendo desenvolvidos.
De acordo com a Associação Brasileira de Biopolímeros Compostáveis e Compostagem (Abicom), considerando os bioplásticos compostáveis em todas as suas formas, estima-se haver hoje no Brasil em torno de uma dezena de empresas atuantes neste segmento.
Os principais bioplásticos oferecidos ao mercado brasileiro hoje, considerando os biodegradáveis compostáveis, são PLA, PBAT, PBS, blendas com amido proveniente de milho e cana-se-açúcar entre outros. Também tem crescido o uso de filmes à base de celulose.
“Vele a pena reforçar que os plásticos biodegradáveis e compostáveis substituem os plásticos convencionais somente em aplicações onde a biodegradabilidade faça sentido como, por exemplo, em itens de uso único, tendo em vista que a contaminação dos plásticos com alimentos ou outros tipos de resíduos orgânicos dificulta a reciclagem mecânica”, destaca Karina Daruich, diretora executiva da Abicom.
A associação foi criada em 2009, tendo como foco os bioplásticos compostáveis. A partir de 2014 foi incluída em seu escopo a compostagem. O principal objetivo da associação é incentivar o desenvolvimento da indústria de biopolímeros compostáveis e da compostagem no Brasil. Para isso, reúne empresas que produzem, transformam, representam e utilizam os biopolímeros compostáveis: além das que fazem parte da cadeia de revalorização do resíduo orgânico através da compostagem e prestadores de serviço ao setor contando hoje com doze associados.
Para Kim Fabri, CEO da Earth Renewable Technologies (ERT), de Curitiba (PR), a mudança de hábitos dos consumidores também fomenta o mercado de bioplásticos: “A Covid-19 tornou algumas pessoas mais conscientes das necessidades e desafios da sustentabilidade, e levou a mudanças de preços que podem beneficiar os produtos de base biológica. Estamos extremamente otimistas com novas tecnologias e o aumento da disponibilidade dos bioplásticos para o mercado brasileiro, pois está muito alinhado com a rápida mudança do comportamento dos brasileiro em relação aos plásticos. Alternativas sustentáveis já são uma realidade e cada vez mais ganham espaço no coração dos brasileiros”, opinou.