Brasil ocupa sexta posição no ranking global de capacidade total instalada de energia eólica onshore.
O Global Wind Energy Council (GWEC) divulgou no dia 4 de abril, o Global Wind Report 2022, um relatório detalhado e analítico do setor eólico mundial. Conforme o relatório o Brasil subiu mais uma posição no ranking de Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore e passou a ocupar a 6° posição. Em 2012, o país ocupava o 15° lugar e, de lá pra cá, o país foi subindo de forma consistente.
Em 2021, o Brasil foi o terceiro país que mais instalou eólicas, repetindo o feito de 2020, e ficou atrás apenas de Chine e Estados Unidos. “Os dados divulgados hoje pelo GWEC refletem o que estamos claramente vivendo no setor eólico brasileiro, que vem crescendo de forma sustentada e eficiente, com números sólidos e uma importância cada vez maior na matriz elétrica brasileira. É uma indústria que tem atuado de forma muito eficiente ao longo dos próximos anos e que tem alcançado resultados cada vez melhores, com um crescimento não apenas no mercado regulado, mas com forte expansão no mercado livre. Estamos agora com 21,5 GW e 795 parques eólicos. Já são mais de 9.000 aerogeradores em operação e somos a segunda fonte da matriz elétrica. Considerando o que já temos em contratos assinados, vamos chegar a 2026 com pelo menos 36 GW. Ainda podemos subir mais um pouco neste Ranking e temos grandes chances disso”, comenta Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica.
No olhar global, o Global Wind Report 2022 do Conselho Global de Energia Eólica mostra que a capacidade global aumentou 93,6 GW em 2021, levando a capacidade total acumulada de energia eólica para 837 GW, o que representa um crescimento ano a ano de 12%. Enquanto os dois maiores mercado do mundo, China e EUA, instalaram menor capacidade eólica onshore no ano passado – 30,7 GW e 12,7 GW, respectivamente – outras regiões tiveram anos recordes. Europa, América Latina e África e Oriente Médio aumentaram as novas instalações onshore em 19%, 27% e 120% respectivamente.
O relatório também destaca que a indústria eólica teve seu segundo melhor ano em 2021, com quase 94 GW de capacidade no ano passado (dado apenas 1,8% menor do que a taxa de crescimento de energia eólica ano a ano em 2020). O GWEC considera que este é um sinal claro da incrível resiliência e trajetória ascendente de indústria eólica global. No entretanto, como o GWEC deixa claro no relatório, esse crescimento precisa quadruplicar até o final da década se o mundo quiser permanecer na rota dos 1,5°C e zerar as emissões líquidas de gases estufa até 2050. O fato é que a eólica está em uma positiva trajetória de crescimento, mas não está crescendo com rapidez ou amplitude suficiente para realizar uma transição energética global segura e resiliente.
“A indústria eólica continua a se desenvolver e desempenhar, mas alavancar o crescimento ao nível necessário para zerar as emissões líquidas dos gases de efeito estufa e alcançar a segurança energética exigirá uma abordagem nova e mais proativa para a formulação de políticas em todo o mundo. Abordar de forma decisiva questões como permissão e planejamento desbloqueará o crescimento econômico e criará milhões de empregos, permitindo que o investimento flua, ao mesmo tempo em que permite um rápido progresso em nossas metas climáticas. Se continuarmos com os “negócios como sempre”, no entanto, perderemos está janela de oportunidade única. Os eventos do ano passado, que viram economias e consumidores expostos à estrema volatilidade dos combustíveis fósseis e altos preços em todo o mundo, são um sintoma de uma transição energética hesitante e desordenada, enquanto a invasão da Ucrânia pela R[ussia expôs as implicações da dependência das importações de combustíveis fósseis para a segurança energética.
Os últimos 12 meses devem servir como um grande alerta de que precisamos, decisivamente, avançar e mudar para sistemas de energia do século 21, baseados em energias renováveis”, analisa Ben Backwell, CEO do GWEC, reforçando a importância de acelerar a implantação de energia eólica no mundo.
“Não há dúvida de que ainda temos muito trabalho pela frente e precisamos intensificar a velocidade de adoção de renováveis. No Brasil, estamos dando passos importantes, devemos ver eólicas offshore dentro de alguns anos, as discussões sobre a produção de hidrogênio verde por meio das eólicas ganham cada vez mais espaço e o mercado livre tem se mostrado cada vez mais importantes para a eólica brasileira, com boas perspectivas de crescimento. Estamos num momento muito bom, no ano passado, batemos recorde de implantação, com 3,8 GW de nova capacidade entregue, o que é quase o dobro da nossa média dos anos anteriores. E estou certa de que, com Offfshore e hidrogênio, teremos números ainda maiores e precisamos disso para enfrentar os efeitos do aquecimento global e conseguir zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050”, avalia Elbia Gannoum.
O relatório está disponível no link: https://gwec.net/global-wind-report-2022/